Quando o Antônio nasceu, eu tinha 33 anos. É meu primeiro sobrinho e segundo afilhado. Chegou numa fase mais madura da minha vida; com mais vivências do que quando, aos 15, batizei o Tiago.
Alguns parentes e amigos próximos falam que ele lembra a mim, mas eu o acho mesmo parecido com minha cunhada, eventualmente com meu irmão. É uma mistura. De qualquer forma, ele é perfeito (suspeita, eu?). A questão é: se soubesse que um dia meu irmão nos presentearia de forma tão extraordinária, eu teria brigado bem menos com ele.
Quando estou com o Antônio, me reencontro com a Luísa de cinco ou seis anos, algo que eu não sabia fazer muito bem com o Tiago porque, à época, eu tinha pressa em “ser grande” (mesmo sem saber direito o que isso significava). Agora, quando encontro meu sobrinho/afilhado, deixo num canto os boletos, prazos do trabalho e demais perrengues de quem se aproxima dos 40. O único assunto sério é brincar. Corridas de carrinho, “corre-estátua”, desenhar e pintar, ler livros com mais imagens que texto e dançar ao som de Sky full of stars no meio da sala (pois é, tirei a sorte grande dos meus dois afilhados curtirem minha banda favorita).
Brincar feito criança na vida adulta: recomendo fortemente.
O Antônio está numa fase que eu considero muito gostosa, a fase Cebolinha. “É melól”, “óla”, “bálco”, “eu não sussigo” e “píssita” um dia serão “é melhor”, “olha”, “barco”, “eu não consigo” e “pizza”. Dinda Lu é Dinda Lu.
Mas não sinto pressa em vê-lo falar corretamente; sinto saudades do bebê de colo que ele já foi e da criança que muito rapidamente deixará de ser, à medida que cresce e o senhor Tempo ignora meus pedidos para ir mais devagar.
Enquanto o Antônio, ao menos por lei, precisar de cadeira para criança no carro, buscarei ao máximo momentos para compartilharmos. Num piscar de olhos, avançará para outras fases da vida, viverá a companhia da galera, dos amores. Mas até lá, seguiremos dançando na sala.
Para avançar na semana
Uma música, um filme, um podcast…uma dica, enfim, para deixar o dia melhor:
Se a ideia é propor um reencontro com a sua criança interior (ela está em algum lugar, eu garanto), recomendo aqui duas músicas para dançar no meio da sala (previamente testadas por mim e pelo Antônio, claro) e um filme que poderia ter sido feito para os pequenos, mas é para gente grande mesmo.
Ouça > Music for a Sushi Restaurante (Harry Styles) e Eye Know (De La Soul, Otis Redding)
Assista > Christopher Robin: Um reencontro inesquecível
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que amor! Eu adoro brincar junto também, me divirto horrores! Lembrei de eu e a Rafa dançando a dança da cordinha na sala hahah ela adorou (quando era menor, claro).
Lindoo Lu!! Amei!! A gente danca “A festa dos coelhinhos” e “David Guetta” hahah Vamos adicionar tuas dicas!